domingo, 5 de abril de 2009













“Posso sorrir, e matar enquanto sorrio,

E proclamar-me feliz com o que me aflige o coração,

Molhar as minhas faces com lágrimas fingidas

E acomodar a minha cara a todas as ocasiões...

Posso acrescentar cores ao camaleão,

Mudar de forma mais depressa que Proteu

E mandar para a escola o sanguinário Maquiavel!”

Ricardo II, Ato 3, Cena 5

Vede aqueles que podem ser chamados

Simples condutores de comida,

Produtores de estrume, enchedores de latrinas,

Pois deles nada mais se vê no mundo

Nem qualquer virtude se observa no seu trabalho,

Nada deles restando além de latrinas cheias”

Anotações, Leonardo da Vinci

Introdução


O Renascimento foi um importante movimento de ordem artística, cultural e científica que se deflagrou na passagem da Idade Média para a Moderna. Em um quadro de sensíveis transformações que não mais correspondiam ao conjunto de valores do pensamento medieval, o renascimento apresentou um novo conjunto de temas e interesses aos meios científicos e culturais de sua época. Ao contrário do que possa parecer, o renascimento não pode ser visto como uma radical ruptura com o mundo medieval.

A razão, de acordo com o pensamento da renascença, era uma manifestação do espírito humano que colocava o indivíduo mais próximo de Deus. Ao exercer sua capacidade de questionar o mundo, o homem simplesmente dava vazão a um dom concedido por Deus. Outro aspecto das obras renascentistas era o privilégio dado às ações humanas ou humanismo. Que representava situações do cotidiano e a reprodução dos traços e formas humanas.

O Renascimento se divide em três grandes fases, Trecento(representava a preparação para o Renascimento), Quattrocento(O Renascimento atingi sua era dourada.) e Cinquecento(É a derradeira fase da Renascença, quando o movimento se transforma, se expande para outras partes da Europa e Roma).

Contexto Histórico Cultural

















O Renascimento cultural manifestou-se primeiro na região italiana da Toscana, tendo como principais centros as cidades de Florença e Siena, de onde se difundiu para o resto da Itália e depois para praticamente todos os países da Europa Ocidental. A Itália permaneceu sempre como o local onde o movimento apresentou maior expressão, porém manifestações renascentistas de grande importância também ocorreram na Inglaterra, Alemanha, Países Baixos e, menos intensamente, em Portugal e Espanha, e em suas colônias americanas.
O Renascimento cultural e científico deu origem a sentimentos de otimismo, abrindo positivamente o homem para o novo e incentivando seu espírito de pesquisa. O desenvolvimento de uma nova atitude perante a vida deixava para trás a espiritualidade excessiva do gótico e via o mundo material com suas belezas naturais e culturais como um local a ser desfrutado, com ênfase na experiência individual e nas possibilidades latentes do homem. Além disso, os experimentos democráticos italianos, o crescente prestígio do artista como um erudito e não como um simples artesão, e um novo conceito de educação que valorizava os talentos individuais de cada um e buscava desenvolver o homem num ser completo e integrado, com a plena expressão de suas faculdades espirituais, morais e físicas, nutriam sentimentos novos de liberdade social e individual.
As bases renascentistas traziam um quê de racionalidade e cientificismo, além do resgate de elementos da cultura greco-romana (grande parte das obras da Antigüidade clássica havia sido preservada pela própria Igreja), reinterpretados sob uma nova perspectiva. O repúdio aos valores medievais desenvolvia-se pela oposição do Antropocentrismo, que trazia a idéia do homem como centro do universo, à mentalidade teocêntrica, que tinha Deus como o centro do universo. O homem renascentista trazia características racionalistas, individualistas, naturalistas e hedonistas (apego aos prazeres mundanos).

Renascimento ou Classicismo

São os termos usados para identificar o período da História da Europa aproximadamente entre fins do século XIII e meados do século XVII, quando diversas transformações em uma multiplicidade de áreas da vida humana assinalam o final da Idade Média e o início da Idade Moderna. Apesar destas transformações serem bem evidentes na cultura, sociedade, economia, política e religião, caracterizando a transição do feudalismo para o capitalismo e significando uma ruptura com as estruturas medievais, o termo é mais comumente empregado para descrever seus efeitos nas artes, na filosofia e nas ciências. Chamou-se "Renascimento" em virtude da redescoberta e revalorização das referências culturais da antigüidade clássica, que nortearam as mudanças deste período em direção a um ideal humanista e naturalista.

Principais autores e obras na Literatura e nas artes

A Criação de Adão, de Michelângelo (detalhe do teto da Capela Sistina)


Na Itália, destacaram-se nas letras os autores Francisco Petrarca e Giovanni Boccaccio, autor da obra Decameron, que expressou a crise dos valores da época com a introdução de elementos eróticos na prosa. Ainda Nicolau Maquiavel, que na obra O príncipe, reuniu os anseios da burguesia em torno de um estado centralizado e desvinculado com controle da Igreja através de um manual sobre a arte de governar. Os principais artistas plásticos da Itália foram Giotto, Masaccio e Boticcelli, além dos grandes nomes da pintura Leonardo Da Vinci, Rafael e Michelangelo, considerado a maior expressão da escultura renascentista, cujas principais obras foram Moisés, Davi e Pietá.

O holandês Erasmo de Roterdã, considerado o “Príncipe dos Humanistas”, tentou conciliar o cristianismo ao racionalismo renascentista e elaborou críticas ferrenhas ao comportamento do Clero. Sua principal obra foi Elogio da Loucura. Na Inglaterra, onde o renascimento começou um pouco mais tarde, por volta do século XVI, destacaram-se William Shakespeare, o grande teatrólogo do Renascimento, e Thomas Morus.

Tanto na Espanha, quanto em Portugal, o Renascimento foi dificultado pela Contra-Reforma e pela descoberta do Novo Mundo. Na Espanha, destaque para o pintor El Greco e para o escritor Miguel Cervantes, criador da famosa obra Dom Quixote. Em Portugal, destacaram-se o teatrólogo Gil Vicente e o poeta Luís de Camões, a figura máxima do Renascimento português, que em sua obra mais marcante, Os Lusíadas, funde elementos épicos e líricos, misturando elementos da cultura clássica com fatos da própria história portuguesa, exaltando o expansionismo português e o Humanismo.

Bibliografia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Renascimento
http://www.brasilescola.com/historiag/renascimento.htm
http://www.portaltosabendo.com.br/assuntos_enem/visualizar/o_renascimento_na_literatura_e_na_arte.wsa